O Montana é uma raça composta brasileira, criada através de cruzamentos dirigidos entre animais de vários grupos raciais, com base nos estudos do instituto de pesquisas americano, o Clay Center. Desde o início dos cruzamentos em 1993, o Montana foi geneticamente avaliado por um grupo de geneticistas brasileiros e americanos, capitaneados pelos Profs. José Bento S. Ferraz e Joanir P. Eler, da USP/Pirassununga.
O objetivo era produzir um animal que trouxesse aumento de produtividade, fertilidade, precocidade sexual e ganho de peso em ambiente tropical, metas que as raças europeias só conseguiam atingir na F1. Por ser uma raça composta, o Montana também tinha o objetivo de gerar heterose além da F1, ou primeira geração, e aproveitar os benefícios das raças usadas nos cruzamentos, a chamada complementaridade entre raças.
Passados os primeiros 30 anos do desenvolvimento e seleção do Montana, é possivel afirmar que a raça está madura e que os objetivos foram atingidos. São avaliadas mais de 17 características, entre DEPs para ganho de peso, reprodução, precocidade sexual, além de características de carcaça, todas assistidas pela genômica. A resistência a carrapatos também é monitorada há 30 anos, e não foi convertida em DEP devido à sua baixa herdabilidade, mas todos os animais sensíveis são descartados. O Montana conta com o maior banco de dados de animais compostos do mundo e qualidade de sua avaliação genética é reconhecida internacionalmente no meio científico.
Atualmente, muito mais importante do que as raças que compõem o Montana, é a sua avaliação genética. A escolha de reprodutores e de novilhas deve ser feita integralmente com base em sua avaliação genética, uma vez que a heterose está assegurada devido à varias gerações cruzando animais compostos entre si.
O CEIP – Certificado Especial de Identificação e Produção – é a chancela do Ministério da Agricultura e Pecuária para animais melhoradores e todos os touros Montana colocados à venda possuem o CEIP.
De acordo com Gabriela Giacomini, superintendente técnica da Associação Montana, com a virada do ciclo pecuário, o Montana volta a ser uma das melhores alternativas para produção de carne no Brasil. “Com um mercado oferecendo preços mais atraentes, é preciso produzir animais mais eficientes, capazes de ganhar mais peso em menos tempo, e o Montana é o gado certo para cumprir essa tarefa”.
“Em tempos de mercado em baixa, é natural que os pecuaristas recorram às raças de menor custo de manutenção, como as zebuínas, uma vez que o boi-China exige apenas idade. Com a virada do ciclo pecuário, o mercado vai começar a procurar por animais mais produtivos, pesados e com carcaças melhores, como o Montana”, analisa Anna Lúcia Coelho Paiva, presidente da Associação Montana e titular da Calidad Genética (Campo Grande, MS).
De olho nesse mercado de carne premium, o pecuarista José Pavan Neto (JP Agronegócios, Três Lagoas, MS), investiu numa marca própria de carnes premium baseada em novilhas Montana. Segundo ele, a qualidade da carne das novilhas Montana é superior quando comparadas com novilhas F1 Angus de mesma idade e condição de manejo. “Devido à menor porcentagem de zebu, as carcaças e a maciez da carne são muito mais uniformes”.
Para saber mais sobre o Montana, acesse montana.org.br ou mande um WhatsApp para a Associação Internacional dos Criadores de Montana através do (17) 99603-0718.